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quarta-feira, 11 de maio de 2011
Guardanapos de Papel
Leo Masliah / Carlos Sandroni (port. Milton Nascimento)
Na minha cidade tem poetas, poetas
que chegam sem tambores nem trombetas, trombetas
e sempre aparecem quando menos aguardados, guardados,
guardados entre livros e sapatos, em baús empoeirados.
Saem de recônditos lugares, nos ares, nos ares
onde vivem com seus pares, seus pares, seus pares
e convivem com fantasmas multicores de cores,
de cores que te pintam as olheiras e te pedem que não chores.
Suas ilusões são repartidas, partidas partidas
entre mortos e feridas, feridas, feridas,
mas resistem com palavras confundidas, fundidas, fundidas
ao seu triste passo lento pelas ruas e avenidas.
Não desejam glorias nem medalhas, medalhas, medalhas,
se contentam com migalhas, migalhas, migalhas
de canções e brincadeiras com seus versos dispersos, dispersos,
obcecados pela busca de tesouros submersos.
Fazem quatrocentos mil projetos, projetos, projetos
que jamais são alcançados, cansados, cansados.
Nada disso importa enquanto eles escrevem, escrevem, escrevem
o que sabem que não sabem e o que dizem que não devem.
Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas
como se fossem cometas, cometas, cometas
num estranho céu de estrelas idiotas
e outras, e outras cujo brilho sem barulho este suas caudas tortas.
Na minha cidade tem canetas, canetas, canetas
esvaindo-se em milhares, milhares, milhares
de palavras retrocedendo-se confusas, confusas, confusas,
em delgados guardanapos, feito moscas inconclusas.
Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo.
Que eles vêem nos vão dizendo, dizendo,
e, sendo eles poetas de verdade, enquanto espiam e piram e piram
não se cansam de falar do que eles juram que não viram.
Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas
como se fossem lunetas, lunetas, lunáticas
lançadas ao espaço e ao mundo inteiro, inteiro, inteiro,
fossem vendo pra depois voltar pro Rio de Janeiro.
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Essa é uma das minhas músicas favoritas em toda a discografia do Milton Nascimento, assim como em toda a Música Popular Brasileira. Ontem tive uma conversa com um desses poetas, de quem lembrei hoje quando ouvi a música. Por isso, ela vai aqui dedicada a Castro Lins, autor do blog Poesia do meu Silêncio.
Uma reverência a todos os poetas da minha cidade (Belém), da minha cidade adotiva (Rio de Janeiro), de Montevideo (à qual a letra original desta música se refere) e de todas as outras San Vicentes latino-americanas... Salve!
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