segunda-feira, 9 de março de 2009

sobre todos nós

Céu na Boca

a canção que eu não farei me invade o pensamento,
faz calar o infinito e ecoar no tempo.
quem nos ouvirá nas mágoas?
quem nos salvará das águas?
quem terá a chave que abre todo sentimento?

teus vestígios no país são marcas na minh'alma,
a poeira que há na ruas cobre a minha cama.
de quem repetir os passos?
de quem me aconchegar nos braços?
pois a mesma mão que fere, afaga num abraço.

não acreditar nas cores postas na retina,
contorcer-se ao enfrentar a multidão sem sina.
como ouvir a voz tão calma,
destroçando o peito e alma?
como impedir que a luz derreta essa cortina?

quem vela os passos e os sonhos dos seus?
quem chora as dores que encarceram a alma dos ateus?

descansa a vida nos braços de quem faz a luz brilhar,
restaura a ruína das almas,
enxuga dos olhos o amargo fel,
quem nos guarda na jornada,
quem conhece o fim da estrada,
quem antes de nós as nossas dores já sofreu.

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