segunda-feira, 9 de março de 2009

canção do guerreiro

Céu na Boca

(1)
solidão desespera,
medo qual avestruz,
limo que criou a pedra dura
de tanto a água bater.

solidão dilacera,
medo de se perder
e que, ao final do túnel,
não venha a tão sonhada luz.

vem, Senhor, me sustenta
em meio à solidão,
neste dia de angústia,
segura a minha mão.

(2)
uma dor, uma lágrima ferida,
dividida, escondida,
corre o rosto e se perde por desleixo,
corta o peito, dilacera.

ah, solidão!
quando vem, vem só.

ferida não sara
com o tempo...
tempo.


na lembrança, uma luz ficou perdida,
esquecida, consumida.
na distância, uma música sofrida,
repetida, sem guarida.

ah, solidão!
quando vem, vem só.

ferida não sara
com o tempo...
tempo.


bem ao longe, uma cruz imerecida,
tão sofrida, dor sentida,
com alguém que morreu pra dar a vida
pra que eu viva sem ferida,
sem ferida.

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