Eu sou a rã,
sou a mais lisa,
em mim ninguém pisa.
Coragem me sobra,
eu sou a ranzinza,
a amiga das cobrassss...
Eu sou a star
lá num brejo, num bar,
um lugar meio inquieto,
onde a lei é o jazz,
proibido a insetos.
Meio esfumaçado e pouca luz.
Me chamam Rãzinha Blues.
Eu sou a rã,
sou a rainha,
todos vão na minha,
ninguém me esquece
e, a quem eu envolvo
de amor, enlouquece.
Mas amoleço
se escuto um acorde
de um blues que eu conheço,
minha voz negra e nua,
meu corpo flutua.
Vestido colado e ombros nus,
me chamam Rãzinha Blues.
Eu sou a rã,
sou indigesta,
minha carne não presta.
Na mesa, cuidado:
sou prato fatal,
me comer é um risco.
Mas sou legal,
quando abre a cortina,
não sei fazer mal,
só o blues me domina,
seduz e alucina.
Quando o maestro me conduz,
me chamam Rãzinha Blues.
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