sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Lar

Gladir Cabral

É bom viajar, andar por aí,
mas sempre é melhor voltar para ti
e aqui encontrar aquilo que desejei:
a nossa casa.

Tá pronto o café, manteiga no pão,
jornal da manhã e aquela canção.
É tudo tão bom, se estamos no mesmo chão
da nossa casa!

Que importa se o frio lá fora
insiste em querer entrar,
se dentro de nós agora
vivemos o nosso lar?

Que importa se está chovendo
e a chuva não quer parar?
O tempo será ameno
se a gente souber sonhar.

Meu filho, vem cá, que foi desta vez?
Cadê teu irmão? Eu amo vocês.
Nós vamos sair pra casa do vô Jessé
em Itapema.

Querida, vem cá, onde é que eu deixei
aquele talão, a conta do mês?
O fone tocou, atende que é tua mãe,
vovó Eugênia.

Tá tudo no porta-malas,
até o teu madrigal.
E quase que eu esquecia:
tem roupa lá no varal!

Eu vou por aquela estrada,
já vai abrir o sinal.
O céu está claro, lindo,
há sol lá em Blumenau.

Se o dia chegar, em que eu e você
ficarmos assim, velhinhos também,
eu quero ficar juntinho do lado teu,
e olhar a vida...

Que veio passar um outro verão
e os netos virão, trarão para nós
presentes da paz, sinais que também dirão
que a vida é linda.

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