quarta-feira, 4 de março de 2009

porto seguro

Lucinnha Bastos

porto seguro, erro primeiro:
índio sorriu pro estrangeiro
no mês de abril e abriu a porta
do litoral que era todo encarnado de Pau Brasil.
Ibirapitanga virou fumaça
e a desgraça veio através do oceano...

com um pano preto no mastro,
deixando um rastro vermelho
no azul atlântico, trouxe o cântico
da saudade africana aos engenhos e canaviais,
fez dançar o açoite de dia,
de noite dançava orixás.

e a região verde do Norte,
sorte, era longe dos olhos feitores,
sem vias de acesso,
ida, regresso e morte.

poucas entradas, tantas bandeiras,
milhas e mil ambições estrangeiras
rompendo a linha de tordesilhas,
brancos e índios cativos buscavam riqueza
pra encher a mão da distante nobreza
que nunca viveu ou pisou neste chão.

grita, nação, bate os tambores,
pinta tua cara com as cores da arara,
faz guerra, esta terra
é terra bendita...
grita!

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